A proposta para o III Fórum Internacional Fontié ki Kwaze – Fronteiras Cruzadas foi aprovada pelo edital Programa de Apoio a Eventos no País.
Em um contexto que exige cada vez mais solidariedade e conhecimentos para lidar com uma realidade complexa e desigual, estamos celebrando a possibilidade de dar continuidade para esse projeto, que já é um marco para os estudos migratórios e contribui para inovar e trazer novos questionamentos para a produção acadêmica e cultural.
Tendo em vista a crise global sanitária, os organizadores do Fórum estão buscando readequar o calendário para garantir a melhor organização do evento. De acordo com o edital, o evento deve ocorrer até agosto de 2020.
Acompanhe pela página @FontieForum no Facebook as novidades e ações do Fórum Internacional Fontié ki Kwaze – Fronteiras Cruzadas.
O Programa de Apoio a Eventos no País – PAEP – é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, uma fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil. O programa visa conceder apoio financeiro à realização de eventos de caráter científico e tecnológico de curta duração no país, com envolvimento de pesquisadores, docentes e discentes dos programas de pós-graduação.
Para esta edição do Fórum Internacional, o evento foi contemplado pela Capes com apenas 38% do valor solicitado.
QUEM SOMOS
O Fórum Internacional Fontié Ki Kwaze – Fronteiras Cruzadas é uma iniciativa interdisciplinar acadêmica, social e artística que, desde 2017, busca visibilizar e estimular o pensamento crítico e multicultural a partir da relação com o refúgio e as migrações transnacionais contemporâneas na cidade de São Paulo e no mundo.
O diferencial deste Fórum tem sido a busca por um novo modo de produzir conhecimento, privilegiando a formação de redes formadas por brasileiros e migrantes que atuam colaborativamente em projetos ligados às humanidade e artes, influenciando transformações inovadoras no ambiente universitário e na cidade de São Paulo.
Em creole haitiano, Fontié ki Kwaze significa ‘fronteiras que cruzam’. O nome do Fórum surgiu pela influência da União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH), e faz referência ao país com o maior número de falantes de creole no mundo, língua surgida pelo cruzamento moderno de culturas a partir das diásporas e da escravidão, mas também da troca de saberes, da inovação e da resistência.
Tendo em vista a influência da história do povo haitiano para a América Latina como experiência importante do recente fluxo de migrantes transnacionais de diversas partes do mundo para o Brasil, o Fórum nasce com o intuito de apoiar a divulgação de produção científica, tecnológica e cultural sobre as migrações contemporâneas, abrindo espaço na Universidade para o rico intercâmbio de experiências e reflexão de imigrantes envolvidos em lutas sociais e para representações culturais e artísticas que se desdobram da condição do refúgio, do exílio, da indocumentação, e das inúmeras formas de migração forçada no capitalismo contemporâneo.
O projeto foi concebido em 2017 pelo Centro Multidisciplinar de Pesquisas em Criações Colaborativas e Linguagens Digitais (COLABOR-USP), e com grupos de pesquisa da PUC-SP, Unicamp, UFRN, PGEHA-USP e FFLCH-USP, e em colaboração com o Centro de Acolhida Imigrante, no bairro do Bixiga em São Paulo, e com as redes dos próprios imigrantes como a USIH, o restaurante palestino Al Janiah e a Kasinha Bay4s Cultural, organizada pelo boliviano Juan Cusicanki na zona leste de São Paulo.
Atualmente, o Fórum conta com a coordenação do prof. Artur Matuck (ECA-USP / Diversitas / PGEHA-USP), prof. Paulo Farah (FFLCH-USP / Diversitas-USP) e profa. Vera Telles (FFLCH-USP), e com a curadoria da doutoranda Karina Quintanilha (IFCH-Unicamp).
Em 2017 e 2018, o Fórum foi aprovado no edital do Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP) da CAPES, uma agência do governo federal para fomento ao ensino superior, e também foi apoiado pelo Departamento de Relações Públicas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Desde então, o Fórum tem se desdobrado em ações permanentes, potencializando a participação de imigrantes nas universidades e ampliando as redes de atuação multicultural por meio de processos curatoriais, workshops/oficinas, debates, plataformas digitais, apoio jurídico e trabalhos acadêmicos em diálogo com redes de pesquisa e de defesa dos direitos humanos no Brasil e no exterior.
No último 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, um grupo de trabalho formado pelo Fórum promoveu a 3a edição do Cortejo-Sarau Fontié ki Kwaze + Centro de Acolhida Imigrante no Teatro Oficina. O Sarau mostrou a sua potência, mais de 300 pessoas passaram por ali. Às vésperas do #8M, o Sarau reuniu linguagens artísticas diversas, esperança, solidariedade antirracista e pelas mulheres migrantes, em uma experiência coletiva libertadora!
Agradecemos a tod@s que tem contribuído para a história do Fórum e em especial aos integrantes da Comissão Científica e Organizadora, composta por pessoas de diversas nacionalidades e formação diversificadas, dentre professores, pesquisadores, estudantes, comunicadores, artistas, defensores de direitos humanos, assistentes sociais, advogados/as, profissionais da cultura, video-makers, dentre outros, comprometidos com a produção multicultural e crítica.
Comissão científica: prof. Dr. Artur Matuck (USP); prof. Dr.Henry Daniel (SFU, Canadá); profa. Dra. Naira Ciotti (UFRN); prof. Dr. Mohammad Elhajii (UFRJ); prof. Dr. Paulo Farah (USP); prof. Dr. Pablo Ceriani (UNLa, Argentina); profa. Dra.Patrícia Villen (Unicamp); prof. Dr. Raúl Delgado Wise (UAZ-México); profa. Dra. Rosane Borges (ECA-USP); profa. Dra. Rosemary Segurado (NEAMP-Ciências Políticas-PUC-SP); profd. Dr.a Vera Telles (USP); prof. Dr. Victor Martins; (CECAFRO-PUC-SP); profa. Dra. Yana Meerzon (Ottawa University).
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