Jovens da Arco Escola-Cooperativa visitam a União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH)

Na quinta-feira, 4 de setembro, estudantes e professores da Arco Escola-Cooperativa visitaram a União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH), em São Paulo. A atividade integrou um trabalho de campo proposto pela escola, em parceria com o projeto de extensão Fronteiras Cruzadas na FFLCH-USP, com o objetivo de ampliar os horizontes dos jovens a partir do contato direto com diferentes experiências migratórias e culturais.

Fundada em 2014 por haitianos, a USIH é uma organização sediada no bairro do Glicério,na região central de São Paulo. A USIH oferece assistência jurídica, apoio na regularização documental e acesso a direitos como saúde, educação e trabalho para as comunidades migrantes. 

Os estudantes foram recebidos por Fedo Bacourt, coordenador e um dos fundadores da entidade, que compartilhou sua trajetória e da comunidade haitiana no Brasil. Também participaram pesquisadores do Fronteiras Cruzadas: Daniel Perseguim, Karina Quintanilha e Mariano Figuera. Durante a conversa, as/os jovens se interessaram por temas como a vida cotidiana no Haiti, a política local, os costumes culturais e os desafios do processo de migração até o Brasil.

O encontro foi marcado por diálogos ricos e reflexões sobre pertencimento, identidade e integração.

Ao ouvir relatos pessoais, os estudantes puderam compreender melhor como se dá a adaptação em um novo país, fortalecendo sua sensibilidade e empatia diante das realidades migrantes.

Para encerrar a visita, os jovens participaram de um almoço típico haitiano, preparado por migrantes da comunidade. O cardápio trouxe pratos tradicionais como Diri ak Pwa (arroz com feijão), Fritay (banana-da-terra frita), Pikliz (salada de repolho e verduras temperadas), frango frito e salada russa (à base de beterraba, batata e maionese).

Mais do que uma refeição, o momento foi uma celebração da cultura haitiana e um lembrete da força da culinária como memória viva e ponte entre povos.

A experiência evidenciou a importância de aproximar jovens brasileiros das histórias, lutas e conquistas das comunidades migrantes, promovendo uma educação intercultural fundamentada no respeito, no diálogo e na solidariedade

Dados atualizados sobre a migração haitiana no Brasil

  • Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) Das 454.165 pessoas que solicitaram asilo ao Brasil entre 2015 e 2024, as principais nacionalidades foram: venezuelanos (266.862), cubanos (52.488), haitianos (37.283) e angolanos (18.435). 
  • A migração haitiana para o Brasil intensificou-se a partir de 2010, após um terremoto devastar o Haiti, levando muitos haitianos a buscar refúgio e melhores condições de vida, embora enfrentem desafios como xenofobia e a barreira do idioma. 
  • Há 15 anos, o terremoto deixou cerca de 310 mil mortos, um milhão e meio de feridos e outros um milhão e meio de desabrigados. O fato acabou por acentuar uma profunda e complexa crise política, social e econômica.
  • A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimou que, ao final de 2014, cerca de 50 mil haitianos haviam entrado no Brasil, sendo cerca de 12 mil apenas em São Paulo.
    Para quem quiser saber mais da história do povo haitiano, recomendamos escutar o Podcast O Haiti É Também Aqui https://ohaitietambemaqui.com.br/

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