No dia 27 de setembro de 2025, a oficina “Epistemologia Colaborativa: construindo agendas de pesquisa e extensão junto com coletivos de migrantes” promoveu uma visita à União Social dos Imigrantes Haitianos e uma roda de conversa na Missão da Paz, envolvendo representantes de múltiplas associações de migrantes para fortalecer redes de apoio e construir agendas colaborativas de pesquisa e extensão.
A oficina fez parte do Minicurso de pós-graduação “(I)mobilidades Globais em perspectiva: articulando cidade, trabalho e migração” iniciado em agosto no Departamento de Sociologia da USP (PPGS) e em parceria com o projeto de extensão Fronteiras Cruzadas (FFLCH-USP).
Extensão Universitária com Associações de Migrantes
O percurso da oficina foi iniciado com visita guiada na União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH), localizado no bairro do Glicério, área central de São Paulo. A atividade foi mediada por Fedo Bacourt, fundador da associação e um dos pesquisadores bolsistas do Fronteiras Cruzadas. Os/as participantes conheceram a Rádio TV Citadelle, que faz parte da associação e é um espaçor de produção e divulgação da cultura haitiana.
Partindo do trajeto pelo Glicério, o grupo de estudantes seguiu até a Missão Paz, um espaço histórico das migrações na cidade de São Paulo.
As atividades tiveram início com uma saudação de José Carlos, editor da Revista Travessia, que é uma publicação do CEM – Centro de Estudos Migratórios e uma referência nos estudos migratórios desde sua fundação, em 1988.
Uma roda de conversa baseada em pesquisas conduzidas por Wendy Ledix e Cláudia Defendi abordou a questão migratória nas ocupações de moradia. Cláudia Defendi apresentou sua pesquisa sobre a situação de migrantes em ocupações urbanas e rurais em São Paulo, destacando desafios como falta de infraestrutura e acesso a direitos básicos. Wendy Ledix abordou a precarização da vida migrante, o estigma e a discriminação no trabalho, e a importância das organizações civis diante da ausência estatal. Ambos enfatizaram a necessidade de metodologias colaborativas e a construção de solidariedades para enfrentar a vulnerabilidade dos migrantes.
Grupos de discussão focados nas associações
Em seguida, grupos de trabalho discutiriram caminhos concretos para fortalecer alianças e redes de apoio, com participação dos pesquisadores bolsistas das associações da USIH, Associação de Mulheres Imigrantes Luz e Vida – AMILV (Yolanda Palacios e Miriam Guarachi, Bolívia), Espaço Wema – gastronomia e cultura africana (Hortense Mbuyi, RDC), Centro Cultural Andino Amazônico-CCAA (Juan Cusicanki, Bolívia).












