Evans Osei Wusu, de 39 anos, fazia parte do grupo que estava detido arbitrariamente no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, à espera de refúgio. Ele morreu em decorrência de uma infecção urinária seguida de uma infecção generalizada e enfrentou dificuldades para conseguir atendimento básico de saúde.
O caso repercutiu em reportagem do Fantástico, da TV Globo, que destacou uma série de violações de direitos durante os sete dias em que Evans esteve detido no Aeroporto e que perduraram após a sua morte, tendo sido enterrado sem a autorização da família em Gana. Dentre os entrevistados, estão parentes de Evans, o jornalista Daniel Perseguim, pesquisador do Fronteiras Cruzadas na USP, e o defensor público Murillo Martins, da Defensoria Pública da União (DPU).
Quem localizou a família em Gana, na África, foi Daniel Perseguim pesquisador co-fundador do Fronteiras Cruzadas, “se o Evans fosse uma pessoa dos Estados Unidos, do Canadá ou Europa isso não teria acontecido com ele, ele não teria ficado durante sete dias deitado no chão do aeroporto sem nenhum tipo de assistência. Essa ficar dessa forma no maior aeroporto da América Latina, se encontrar nessas condições né”.
“Como o hospital pode ter enterrado meu primo sem o consentimento da família? Como puderam fazer isso? Para nós, isso não é algo trivial. Nós temos que prestar uma homenagem aos mortos, é algo muito importante e sério em nossa cultura”, diz Priscilla, prima de Evans.
“Nós precisamos de justiça para o Evans. Isso é muito triste e nós, como a família dele, não vamos aceitar.”
Assista a reportagem em nossa página do Instagram e confira informações atualizadas na matéria do G1.
A visibilidade do caso, junto da família de Evans, só foi possível com a mobilização dos coletivos e associações de migrantes e refugiados, dos movimentos sociais e das organizações que atuam em defesa dos direitos humanos.
Seguimos lutando por reparação à família do Evans e contra as medidas do Secretário Nacional de Justiça, Jean Uema, que ameaçam direitos já conquistados na Lei de Migração, no Estatuto do Refugiado e nos tratados internacionais de direitos humanos.
Mais de cem entidades se posicionaram contra os retrocessos na política migratória realizada unilateralmente por meio de uma nota técnica do Ministério da Justiça. Veja também a nota publicada pela Missão Paz, Caritas São Paulo e rio, e ASBRAD.
É preciso seguirmos mobilizados para que seja feita a justiça por Evans e que seja garantida a liberdade imediata para as pessoas migrantes detidas arbitrariamente no Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo.