O Dia da África, anteriormente conhecido como Dia da Libertação Africana, é comemorado anualmente em 25 de maio. Esse ano, durante a Semana da África, africanos/as na diáspora, movimentos da negritude e universitários organizam eventos e também se mobilizam em uma rede transatlântica contra o racismo e a xenofobia.
A Live Vidas Imigrantes Negras Importam no dia 28 de Maio pelo Canal do @VistoAfrica no Instagram presta homenagens artísticas a João Manuel, imigrante angolano assassinado há 1 ano na Zona Leste de São Paulo, e também impulsiona a campanha pela #LiberdadeParaFalilatou, presa injustamente desde dezembro de 2020 em São Paulo.
Faça parte das campanhas e ajude a compartilhar!
#LiberdadeParaFalilatou
Uma rede de movimentos e organizações pró-imigrantes estão organizando a Campanha #LiberdadeParaFalilatou, em defesa da togolesa Falilatou, trabalhadora ambulante presa desde dezembro na Operação Anteros.
“A justiça brasileira deve conceder imediatamente o habeas corpus para que ela e as outras pessoas detidas tenham direito a julgamento individual em liberdade, interrompendo o processo realizado contra um grupo indeterminado de pessoas, sendo ao menos 34 mulheres imigrantes”
O Manifesto, disponível na íntegra neste link, está viralizando nas redes sociais e já conta com mais de 1.600 assinaturas.
A Campanha é organizada por instituições como o Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC), o Fórum Internacional Fronteiras Cruzadas, o Instituto nacional de pesquisa e promoção de direitos humanos (Ippdh), o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, o Fórum dos Ambulantes, o Grupo de Pesquisa Cidade e Trabalho (USP) com apoio de mandatos como Erica Malunguinho (PSOL), e dos Vereadores Luana Alves (PSOL), Eduardo Suplicy (PT), Juliana Cardoso (PT). Dentre as assinaturas no Manifesto estão a Deputada Federal Sâmia Bomfim, a Deputada Federal Natália Bonavides, a CoDeputada Estadual Monica Seixas, a Bancada Feminista do PSOL, o Movimento Negro Unificado (MNU), a União Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Camelôs (Unicab), as centrais sindicais (CUT e CSP-Conlutas), e inúmeros ativistas, movimentos sociais, ongs, coletivos, jornalistas, grupos de pesquisa, frentes de atuação, centros de estudos e influenciadores digitais que se somaram à Campanha.
Acompanhe as ações que estão sendo planejadas, como audiências públicas e mobilizações nas redes sociais:
📌 Data a confirmar – A Deputada Estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP) fará pronunciamento de abertura na Comissão de Direitos Humanos da ALESP denunciando a situação de Falilatou como parte das políticas de encarceramento em massa e cobrando políticas de enfrentamento ao racismo e à xenofobia no contexto da pandemia.
📌31/05: Audiência pública Liberdade Para Falilatou na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo.
📌 Como parte dos eventos da Semana da África, haverá performances em solidariedade à Falilatou durante a Live Vidas Imigrantes Negras Importam pelo canal @VistoAfrica no Instagram, com a participação dos artistas Namíbia Neves e Edoh Kossi Fiho, do Togo.
Divulgue o Manifesto LiberdadeParaFalilatou e doe para apoiar o filho de Falilatou, que vive no Togo.
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28/05, Sexta-feira, 20h (Br) – Live Vidas Imigrantes Negras Importam pelo Instagram do @VistoAfrica
A Live protagonizada por artistas das diásporas e do Brasil mobiliza as redes sociais por Memória e Justiça para João Manuel.
O evento busca arrecadar fundos para a família em Angola e cobrar a responsabilidade do Estado brasileiro por reparação e políticas para o enfrentamento do racismo e da xenofobia.
Como desdobramento dessa rede de solidariedade transatlântica, uma série de vídeos produzidos com apoio da Witness – organização internacional pelo direito de filmar – serão lançados para refletir sobre a produção da xenofobia e do racismo no Brasil. A proposta parte de depoimentos de amigos de João Manuel e de ativistas envolvidos na #CampanhaSomosJoãoManuel, abordando a realidade cotidiana nas periferias em São Paulo, sob o aspecto do trabalho imigrante, da regularização migratória e da cultura.
Apresentador: Vensam Iala (Guiné-Bissau)
Artistas confirmados:
Nduduzo Siba (África do Sul)
Leonardo Matumona (Angola/Congo)
Vindas da África
Alohá de La Queiroz e Juan Cusicanki (Brasil e Bolívia)
Edoh Kossi Fiiho e Namibia Cruz Neves (Togo e Brasil)
Participação: Hortense Mbuyi (Conselho Municipal dos Imigrantes, República Democrática do Congo) e Karina Quintanilha (@FronteirasCruzadas).
O evento retoma o apoio financeiro emergencial à viúva e três filhas crianças de João Manuel que encontram-se desamparadas em Angola.
Para contribuir, utilize a chave PIX para a transferência de qualquer valor:
(CNPJ) 32.258.703/0001-00
Nome: VENSAM IALA
JOÃO MANUEL, PRESENTE!
No último 17 de Maio de 2021, completou-se 1 ano do bárbaro assassinato do angolano João Manuel, que vivia e trabalhava na Zona Leste de São Paulo. Embora tenha repercutido em diversos canais da mídia (como portal G1, SPTV, BandNews, MigraMundo, Geledés, dentre outros), o caso segue sem punição ao responsável e sem nenhuma reparação à família.
João Manuel, nascido em Angola, e morador do Conjunto A.E.Carvalho retornava do trabalho quando foi vítima fatal de um ataque racista e xenófobo por parte de um vizinho brasileiro que se dizia inconformado que imigrantes tenham direito ao auxílio emergencial.
Dois outros imigrantes africanos que estavam com ele foram feridos ao tentar impedir a agressão. Em reportagem do G1, um dos sobreviventes diz que o ataque ocorreu enquanto eles estavam conversando com João Manuel, que ele lhe emprestaria R$ 50 para comprar fraldas descartáveis para sua filha.
A violência contra João Manuel se tornou um marco da condição do imigrante negro durante a pandemia no Brasil, em um contexto de crise multidimensional e intensificação do discurso de ódio, acompanhado de políticas anti-imigrantes.
Desde então, as pessoas e organizações mobilizadas em torno da Campanha Somos João Manuel tem formado uma rede de apoio à família e organizado uma luta transatlântica em busca por memória, justiça e reparação.
O Estado brasileiro e a empresa onde João Manuel trabalhava devem assegurar os direitos à viúva e as três filhas. Além de ter sido vítima da violência xenofóbica que lhe ceifou a vida, o posto de gasolina onde João Manuel trabalhava há mais de um ano se recusou a assinar a carteira de trabalho durante o período trabalhado e deixou de garantir os direitos de assistência à família após a morte. A empresa está sendo acionada judicialmente pelos advogados solidários à #CampanhaSomosJoãoManuel, que também estão em tratativa com o Sindicato dos Frentistas dos Postos de Gasolina de São Paulo para ingressar com o processo de pensão por morte à família.
#CampanhaSomosJoãoManuel #LiberdadeParaFalilatou
#VidasImigrantesNegrasImportam